terça-feira, 4 de outubro de 2016

Entrevista com a Professora Karla Barcellos- 30 anos da Engenharia Química UFAL

O Centro Acadêmico, através da campanha #momentoEQ esta reunindo informações e realizando um resgate histórico do curso.
Nossa querida Professora Karla Barcellos nos concedeu uma entrevista contando sua visão sobre o que mudou no nosso curso e suas perspectivas. Confira:


30  ANOS DE ENGENHARIA QUÍMICA DA UFAL
Entrevista com a Professora Karla Miranda Barcellos

Ø Como e quando a senhora chegou na UFAL?
    "  Concurso Público em 1991"
Ø Como era a estrutura do centro?
    "  _Só tinha este prédio mais antigo, a secretaria e as salas perpendiculares ao prédio. Uma sala para cada 3 professores, eram as salas que hoje ficam os CAs, a fotocopiadora, não tinha lugar para todos e sem computador, sem telefone, sem armário, era muito precário."
Ø Como era a estrutura do curso?
    "  _Precária, sem laboratórios de ensino, não tinha ainda pesquisa, não tinha retroprojetor, as aulas eram com giz e quadro. O projeto pedagógico do curso foi feito por engenheiros químicos, mas com forte eixo na química, principalmente porque o curso foi criado por professores atuantes no curso de Química da UFAL, depois em 2007, foi apresentado um novo PPC, com muito mais competências para a formação de Engenharia Química."
Ø Algo marcante aconteceu na época em que a senhora entrou?

       "_Sim, passamos a ser um departamento de Engenharia Química, porque quando entrei ainda éramos, os professores da Engenharia Química, do departamento de Eletromecânica do curso de Engenharia Civil, que tinha 3 departamentos: Eletromecânica, Estruturas e Hidráulica.

Ø  A senhora poderia citar nomes importantes para este curso e o porquê?

·        Professor Sergio- primeiro chefe do departamento de Engenharia Química
·        Professora Soraya- primeira coordenadora do curso de Engenharia Química
·        Professor Amaro- quem mais incentivou a criação do departamento de Engenharia Química
·        Professor Eurico- quem participou diretamente da criação do curso de Engenharia Química
·        Professores João Nunes, Maritza, João Inácio, Cristiane, Renata e outros, que me desculpem se não cito todos aqui, que contribuíram para alavancar as pesquisas neste curso de Engenharia Química.

Ø Alunos marcantes:

     "_ Foram tantos, mas com certeza Édler Lins de Albuquerque, Emerson Sarmento Gonçalves, Ronaldo Mendonça Lima Junior, Isaac Leandro Moura Alves Pinho, Sangiorgi Alexandre de Melo (in memorium), Fabian Amorim Lopes, Carllos Eduardo Alves de Holanda, José Wellington Pedro da Silva Filho, Ramiro, e outros tantos... Desculpem-me se não os citei aqui, todos que trabalharam comigo, tenho sempre boas lembranças e fazem parte da minha vida profissional.
Não poderia esquecer nossos ex alunos, atualmente excelentes professores e colegas de trabalho, Professores Renata Maria Rosa Garcia e Wagner Roberto de Oliveira Pimentel."



Ø Quais mudanças na estrutura que mais marcaram?
    "  _Com a entrada da professora Lindaurea Costa na coordenação do curso foi elaborado um novo Projeto Pedagógico do Curso em 2007, melhorou os conteúdos das disciplinas, tinha mais professores para discutir e sugerir mudanças que foram producentes, por exemplo, as disciplinas de laboratório passaram a ter código próprio, o que fez com que buscássemos melhorias e que as práticas acontecessem de fato. Enxugou a carga horária, reduziu números de horas das disciplinas de químicas, mas aumentou nas disciplinas de controle, automação, métodos numéricos, bioquímica, acrescentou disciplinas eletivas, tais como empreendedorismo e outras um currículo que atendesse melhor as necessidades deste profissional em Engenharia Química.
      O curso noturno apesar de ter sido importante, principalmente no início, que atendeu a um contingente de trabalhadores no parque industrial de Alagoas, principalmente na grande Maceió, foi essencial para os profissionais técnicos alcançarem o nível de graduação.
       Depois este curso noturno foi ficando desgastado, que atendia em parte aos alunos do diurno e não somente aos alunos do noturno, houve uma queda de produção dos alunos e dos professores, principalmente, pelas dificuldades encontradas, questões de pessoal de apoio, não tinha uma secretária, quem atendia aos alunos era, um aluno bolsista, excelente pessoa, diga-se de passagem, não tinha técnico de laboratório, que funcionava precariamente, a questão da segurança, que sempre foi algo grave na UFAL, pouca iluminação, condições insalubres, salas sem ar condicionado e à noite, os mosquitos atrapalhavam as aulas e a concentração de todos.
      Além de não ter professores suficientes para atender os 3 turnos, manhã, tarde e noite, foi importante o curso noturno, mas desgastantes para todos. Infelizmente foi obrigado a decidir em fechar a entrada de alunos, mas espero que no futuro, com melhores estruturas e pessoal, volte a ter entradas de alunos para o turno noturno."

Ø Mudanças no ensino que marcaram:
        "_Hoje, praticamente, temos em todas as salas projetor multimídia, internet wifi, por todas as instalações do CTEC, maior número de livros na biblioteca, um melhor sistema acadêmico, mas que creio que mereça melhorar ainda. O Moodle, que facilita enormemente interação aluno- professor.
O mestrado da Engenharia Química foi um marco para todos que fazem o curso de Engenharia Química, pois todos os professores doutores, mais de 90%, participaram do projeto que foi muito elogiado, tanto internamente, na UFAL como pelos consultores da CAPES, foi recomendado na sua primeira submissão, quando de praxe é comum retornar o processo e sugerir mudanças. Infelizmente, atualmente há um número reduzido de professores do curso participando do programa de mestrado da Engenharia Química e pouco ou nada tem se feito para que os professores descredenciados possam se re-credenciar ao programa. Reconheço que a Capes é bastante exigente nos requisitos de produção científica, o que mais dificulta o recredenciamento. Atualmente, com as normas para credenciar, re-credenciar, descredenciar, que estão sendo discutidas pelo PPGEQ, creio que ficará, pelo menos, mais claro como se habilitar e os professores voltarem a se encaixar ao programa."

Ø Que mudanças faltam acontecer?

·        Melhorar os laboratórios, buscar mais recursos para compra de kit de praticas
·        Melhorar o conceito do curso que continua com 3, mas que merece mais, pois o curso cresceu, O CTEC melhorou muito, a UFAL é outra universidade de quando aqui cheguei. Podemos e devemos solicitar nova avaliação do nosso curso que foi feita no início da década de 2000.
·        Mais divulgação do curso.
·        Avaliação do curso, professores, infraestrutura, prestação de serviços do pessoal técnico do CTEC e de toda UFAL, numa parceria coordenação e CA., apresentar os resultados para a comunidade e apontar melhorias a partir de sugestões que serão observadas na avaliação."

Ø O que te motiva lecionar?

       "_Gosto do que faço, gosto de estudar, pesquisar e sinto útil ensinando e colocando profissionais competentes no mercado de trabalho."

Ø Qual mensagem você quer passar para os discentes?

       "_Para aqueles que gostam de desafios, além de matemática, certamente terão sucesso na Engenharia Química. Mas precisam de algo mais, o mercado pede, liderança, capacidade emocional, gestão de pessoal, saber INGLES, antes de qualquer outra língua que goste mais, e aproveitem, porque não temos engenheiros químicos suficiente no Brasil e qualquer mudança do cenário econômico, por menor que seja, vocês se encaixam, se realmente gostam do que estão estudando."

Ø O que significa engenharia química para você?

A base de todas transformações. A engenharia Química perpassa a compreensão dos fenômenos físicos e químicos e daí a transformação dos recursos naturais através de processos em bens para a humanidade e agora mais do que nunca, com o mínimo de desgaste ambiental e consumo energético. Me encanta a questão energética, poder produzir mais com menos consumo energético. Reduzir custos, reciclar e reaproveitar, tudo isto é transformar seu entorno, como alquimia ou até mesmo bruxaria, de onde começou os processos químicos.”


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