Nossa querida Professora Karla Barcellos nos concedeu uma entrevista contando sua visão sobre o que mudou no nosso curso e suas perspectivas. Confira:
30 ANOS
DE ENGENHARIA QUÍMICA DA UFAL
Entrevista com a Professora
Karla Miranda Barcellos
Ø Como
e quando a senhora chegou na UFAL?
" Concurso Público em 1991"
Ø Como
era a estrutura do centro?
" _Só tinha este prédio mais antigo, a
secretaria e as salas perpendiculares ao prédio. Uma sala para cada 3
professores, eram as salas que hoje ficam os CAs, a fotocopiadora, não tinha
lugar para todos e sem computador, sem telefone, sem armário, era muito precário."
Ø Como
era a estrutura do curso?
" _Precária, sem laboratórios de ensino, não
tinha ainda pesquisa, não tinha retroprojetor, as aulas eram com giz e quadro.
O projeto pedagógico do curso foi feito por engenheiros químicos, mas com forte
eixo na química, principalmente porque o curso foi criado por professores
atuantes no curso de Química da UFAL, depois em 2007, foi apresentado um novo
PPC, com muito mais competências para a formação de Engenharia Química."
Ø Algo
marcante aconteceu na época em que a senhora entrou?
"_Sim,
passamos a ser um departamento de Engenharia Química, porque quando entrei
ainda éramos, os professores da Engenharia Química, do departamento de
Eletromecânica do curso de Engenharia Civil, que tinha 3 departamentos:
Eletromecânica, Estruturas e Hidráulica.
Ø A senhora poderia citar nomes
importantes para este curso e o porquê?
·
Professor
Sergio- primeiro chefe do departamento de Engenharia Química
·
Professora
Soraya- primeira coordenadora do curso de Engenharia Química
·
Professor
Amaro- quem mais incentivou a criação do departamento de
Engenharia Química
·
Professor
Eurico- quem participou diretamente da criação do curso de
Engenharia Química
·
Professores João Nunes, Maritza, João Inácio, Cristiane, Renata e outros, que me desculpem se não cito
todos aqui, que contribuíram para alavancar as pesquisas neste curso de
Engenharia Química.
Ø Alunos
marcantes:
"_ Foram tantos, mas com certeza Édler Lins de Albuquerque, Emerson Sarmento Gonçalves, Ronaldo Mendonça Lima Junior, Isaac Leandro Moura Alves Pinho, Sangiorgi Alexandre de Melo (in memorium), Fabian Amorim Lopes, Carllos
Eduardo Alves de Holanda, José
Wellington Pedro da Silva Filho, Ramiro,
e outros tantos... Desculpem-me se não os citei aqui, todos que trabalharam
comigo, tenho sempre boas lembranças e fazem parte da minha vida profissional.
Não
poderia esquecer nossos ex alunos, atualmente excelentes professores e colegas
de trabalho, Professores Renata Maria
Rosa Garcia e Wagner Roberto de Oliveira Pimentel."
Ø Quais
mudanças na estrutura que mais marcaram?
" _Com a entrada da professora Lindaurea Costa na coordenação do curso
foi elaborado um novo Projeto Pedagógico do Curso em 2007, melhorou os
conteúdos das disciplinas, tinha mais professores para discutir e sugerir
mudanças que foram producentes, por exemplo, as disciplinas de laboratório
passaram a ter código próprio, o que fez com que buscássemos melhorias e que as
práticas acontecessem de fato. Enxugou a carga horária, reduziu números de
horas das disciplinas de químicas, mas aumentou nas disciplinas de controle,
automação, métodos numéricos, bioquímica, acrescentou disciplinas eletivas,
tais como empreendedorismo e outras um currículo que atendesse melhor as
necessidades deste profissional em Engenharia Química.
O curso noturno apesar de ter sido
importante, principalmente no início, que atendeu a um contingente de
trabalhadores no parque industrial de Alagoas, principalmente na grande Maceió,
foi essencial para os profissionais técnicos alcançarem o nível de graduação.
Depois este curso noturno foi ficando
desgastado, que atendia em parte aos alunos do diurno e não somente aos alunos
do noturno, houve uma queda de produção dos alunos e dos professores,
principalmente, pelas dificuldades encontradas, questões de pessoal de apoio,
não tinha uma secretária, quem atendia aos alunos era, um aluno bolsista, excelente
pessoa, diga-se de passagem, não tinha técnico de laboratório, que funcionava
precariamente, a questão da segurança, que sempre foi algo grave na UFAL, pouca
iluminação, condições insalubres, salas sem ar condicionado e à noite, os
mosquitos atrapalhavam as aulas e a concentração de todos.
Além de não ter professores suficientes
para atender os 3 turnos, manhã, tarde e noite, foi importante o curso noturno,
mas desgastantes para todos. Infelizmente foi obrigado a decidir em fechar a
entrada de alunos, mas espero que no futuro, com melhores estruturas e pessoal,
volte a ter entradas de alunos para o turno noturno."
Ø Mudanças
no ensino que marcaram:
"_Hoje,
praticamente, temos em todas as salas projetor multimídia, internet wifi, por todas as instalações do CTEC, maior número de
livros na biblioteca, um melhor sistema acadêmico, mas que creio que mereça
melhorar ainda. O Moodle, que facilita enormemente interação aluno- professor.
O
mestrado da Engenharia Química foi um marco para todos que fazem o curso de
Engenharia Química, pois todos os professores doutores, mais de 90%, participaram
do projeto que foi muito elogiado, tanto internamente, na UFAL como pelos consultores
da CAPES, foi recomendado na sua primeira submissão, quando de praxe é comum
retornar o processo e sugerir mudanças. Infelizmente, atualmente há um número
reduzido de professores do curso participando do programa de mestrado da
Engenharia Química e pouco ou nada tem se feito para que os professores descredenciados
possam se re-credenciar ao programa. Reconheço que a Capes é bastante exigente
nos requisitos de produção científica, o que mais dificulta o recredenciamento.
Atualmente, com as normas para credenciar, re-credenciar, descredenciar, que
estão sendo discutidas pelo PPGEQ, creio que ficará, pelo menos, mais claro
como se habilitar e os professores voltarem a se encaixar ao programa."
Ø Que
mudanças faltam acontecer?
·
Melhorar os laboratórios, buscar mais
recursos para compra de kit de praticas
·
Melhorar o conceito do curso que continua com
3, mas que merece mais, pois o curso cresceu, O CTEC melhorou muito, a UFAL é
outra universidade de quando aqui cheguei. Podemos e devemos solicitar nova
avaliação do nosso curso que foi feita no início da década de 2000.
·
Mais divulgação do curso.
·
Avaliação do curso, professores,
infraestrutura, prestação de serviços do pessoal técnico do CTEC e de toda
UFAL, numa parceria coordenação e CA., apresentar os resultados para a
comunidade e apontar melhorias a partir de sugestões que serão observadas na
avaliação."
Ø O
que te motiva lecionar?
"_Gosto
do que faço, gosto de estudar, pesquisar e sinto útil ensinando e colocando
profissionais competentes no mercado de trabalho."
Ø Qual
mensagem você quer passar para os discentes?
"_Para
aqueles que gostam de desafios, além de matemática, certamente terão sucesso na
Engenharia Química. Mas precisam de algo mais, o mercado pede, liderança,
capacidade emocional, gestão de pessoal, saber INGLES, antes de qualquer outra
língua que goste mais, e aproveitem, porque não temos engenheiros químicos
suficiente no Brasil e qualquer mudança do cenário econômico, por menor que
seja, vocês se encaixam, se realmente gostam do que estão estudando."
Ø O
que significa engenharia química para você?
“A base de todas transformações. A
engenharia Química perpassa a compreensão dos fenômenos físicos e químicos e daí
a transformação dos recursos naturais através de processos em bens para a humanidade
e agora mais do que nunca, com o mínimo de desgaste ambiental e consumo
energético. Me encanta a questão energética, poder produzir mais com menos
consumo energético. Reduzir custos, reciclar e reaproveitar, tudo isto é
transformar seu entorno, como alquimia ou até mesmo bruxaria, de onde começou
os processos químicos.”
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